Perguntas Frequentes




Q. 1: Quantas peças de fruta devem as crianças comer por dia? 

R. 1: 3 a 5 porções de fruta, de tamanho médio, em todas as fases da vida. Não deixe de consultar o Guia da Missão do Ano, onde encontrará mais informação sobre porções de fruta, bem como atividades que poderá desenvolver com os seus alunos, relativas a esta temática.

Q. 2: Para crianças que normalmente comem várias peças de fruta ao dia, que tipos de fruta deveremos aconselhar? Existe alguma fruta que devamos consumir um maior número de vezes? 

R. 2: Devemos aconselhar o consumo de diversas frutas, variando, se possível, todos os dias as frutas que se consomem, uma vez que cada uma tem nutrientes específicos e distintos uns dos outros. Por outro lado, deve existir a preocupação de consumir fruta da época, de preferência adquirida a produtores locais ou nacionais e sempre que possível proveniente de agricultura biológica, por razões relacionadas com a economia do país e com a preservação do planeta.

Q. 3: Que estratégias se devem adoptar para os alunos que demonstram relutância em comer fruta ou em experimentar frutas que não conhecem ou costumam comer? 

R. 3: Se se tratar de uma criança que rejeita um grande número de frutas, preferindo apenas aquelas que já existiam habitualmente em casa ou que consumia com regularidade, provavelmente tratar-se-á de uma situação em que existe receio ou medo de experimentar alimentos novos, ou de uma ideia pré-definida de que não gosta dos mesmos (por exemplo, considera que tem um aspecto, uma cor ou um cheiro estranhos). Nessa situação, poderá incentivar a criança a experimentar cada fruta nova, sob diferentes apresentações, durante 10 dias seguidos.

Se após esse período de tempo ainda referir que não gosta, ou mostrar relutância a consumi-la, deverá tentar perceber se é mesmo uma questão de gosto (se não gostou da fruta de nenhuma das vezes que a ingeriu), ou se existe alguma causa mais profunda para a rejeitar (por exemplo, sente-se sempre maldisposto e enjoado após o consumo dessa fruta; ou ter existido um acontecimento emocionalmente traumatizante, que a faz associar uma sensação negativa ao alimento, provocando-lhe sempre um mal estar físico e/ou psicológico). Caso se verifique alguma dessas situações, não deverá forçar o consumo dessa fruta.

Contudo, poderá reinicar todo o processo para outra fruta nova. Se se tratar de uma criança que demonstra essa relutância ou adversidade apenas para com um número reduzido de frutas, consumindo as restantes de livre vontade, poderá tratar-se de uma rejeição física e natural a um alimento ao qual a criança tem alguma sensibilidade, intolerância ou alergia, e que consequentemente lhe pode provocar algum tipo de desconforto físico e/ou psicológico e emocional.

Nestas situações, e após dialogar com a família sobre a questão, poderá incentivar a experimentação dessas frutas, uma de cada vez e mantendo sempre vigilância. No entanto, se após a ingestão da fruta se verificar alguma reação adversa (quer física, quer psicológica ou emocional) por parte da criança, o mais seguro será evitá-la daí em diante e considerar a hipótese de realizar testes de diagnóstico de alergia.

Q. 4: Quais as frutas mais importantes/aconselháveis para as crianças em idade pré-escolar? 

R. 4: Todas as frutas são importantes, uma vez que todas contêm vitaminas e minerais diferentes e essenciais na sua constituição; o importante será realizar o seu consumo de forma variada. Contudo, podemos salientar como relevantes para crianças em idade pré-escolar as frutas que contêm determinadas vitaminas e minerais importantes para o desenvolvimento em geral e cognitivo. Por exemplo, sabe-se que a vitamina A, existente na papaia, na manga e no melão, é importante para o desenvolvimento de estruturas neurológicas que favorecem a aprendizagem. O ferro e o zinco, ingeridos através da amêndoa, do amendoim e da avelã, são também fundamentais, pois uma deficiência nestas vitaminas poderá levar à redução da capacidade de concentração e memória.

(Fontes: Boas OMGCV, Souza WA. Orientação sobre o uso de vitamina A na saúde escolar: comparação de técnicas pedagógicas. Ciência & Saúde Coletiva 2004; 9(1):183-190. Sorhaindo A, Feinstein L. What is the relationship between child nutrition and school outcomes?. London: Centre for Research on the Wider Benefits of Learning Institute of Education, 2006. Taras H. Nutrition and Student Performance at School. Journal of School Health 2005; 75(6):199-213.) 

 Q. 5: De que forma o consumo de fruta pode prevenir doenças? 

R. 5: A fruta contém nutrientes únicos e essenciais para o adequado funcionamento do nosso organismo: água, vitaminas, minerais, fibra alimentar e hidratos de carbono. Estes elementos, conjugados de diversos modos consoante a fruta em questão, promovem efeitos positivos e/ou preventivos tanto a nível geral no nosso corpo, como a nível específico (por exemplo, na prevenção de uma determinada doença) – ajudam a eliminar toxinas do organismo, a regulgar o sistema digestivo, estimulando o movimento do tracto intestinal e melhorando a capacidade de absorção dos nutrientes.

De tal modo que atualmente se pode afirmar que o não consumo de frutas e vegetais é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crónicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares (como doenças isquémica, doença coronária, acidente vascular cerebral – AVC), hipertensão arterial – HTA, doenças oncológicas (como cando do estômago, esófago, pulmão e colorectal), obesidade (ganho excessivo de peso), diabetes mellitus, algumas doenças oftalmológicas, demência, osteoporose, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica, artrite reumatóide, entre outras.

 Por exemplo, frutas com um efeito antioxidante ajudam o nosso organismo a defender-se do stress oxidativo causado pelos radicais livres (moléculas instáveis que danificam as células), que levam ao envelhecimento e a diversas doenças, como as oncológicas. A vitamina C, que se pode encontrar no kiwi, morangos, laranja, ananás, maçã, entre outras, e a vitamina E, presente na noz, avelã, amêndoa e outros frutos oleaginosos, bem como nas sementes de girassol, são poderosos antioxidantes.

Outro exemplo, são as frutas ricas nas vitaminas do complexo B, como o morango, banana, abacate, melão, laranja, ananás, noz, avelã, castanha e amêndoa, que para além de auxiliarem o processo de digestão e absorção, promovendo a ação do suco gástrico, e promovem a saúde da maioria das células do nosso organismo (como dos nervos, da pele, dos olhos e do fígado).

Q. 6 Consumir uma elevada quantidade de fruta pode ser prejudicial à saúde de uma criança? Algumas frutas contribuem para o excesso de peso e obesidade? 

R. 6: A quantidade de alimentos que deve ser ingerida diariamente deverá corresponder às necessidades nutricionais (calorias, obtidas a partir dos hidratos de carbono, proteínas e gordura) específicas de cada criança. Estas necessidades vão depender, não só da sua altura, peso e idade da criança, mas também do seu gasto calórico (que inclui o metabolismo – funcionamento do organismo, e o gasto resultante da atividade física). Assim a quantidade de alimentos que cada criança necessita, incluindo a quantidade de frutas, vai variar consoante cada caso.

Contudo, as recomendações da Organização Mundial de Saúde, ao indicarem um intervalo de porções (de 3 a 5) já contemplam essas possíveis diferenças entre indivíduos, e até 5 porções de fruta não é expectável que existam efeitos prejudiciais à saúde (excepto situações patológicas específicas e identificadas). Uma quantidade diária acima de 5 porções de fruta, poderá não ser benéfica para uma criança, especialmente se já se observar uma situação de obesidade, uma vez que as frutas e os vegetais são também constituídas por hidratos de carbono. No entanto, será sempre preferível consumir mais uma porção de fruta do que outro alimento mais calórico e com uma quantidade elevada de açúcar refinado ou gordura (como doces, gomas, bolos, bolachas, folhados, entre outros).

Q. 7: Há crianças que devem evitar a fruta mais doce, se tiverem obesidade e/ou diabetes? 

R. 7: Antes de mais, será importante de referir que nem sempre as frutas com um paladar mais doce são as que têm mais açúcar na sua constituição, uma vez que diferentes tipos de açúcar têm poderes adoçantes diferentes. Por exemplo, a frutose tem maior poder adoçante do que a sacarose; assim, podemos comer uma fruta doce com poucas calorias (como a meloa e a melancia), e uma fruta igualmente doce, ou menos doce (como a nêspera ou as uvas), com uma quantidade de calorias mais alta.

As frutas são maioritariamente constituídas hidratos de carbono, os quais são quase exclusivamente açúcares, e consoante o seu teor podem ser divididas entre os 5% e os 20%. Frutas com teor de aproximadamente 5% (como o melão, a meloa, a melancia, os morangos e as framboesas) serão mais indicadas para crianças com obesidade e/ou diabetes, enquanto que frutas com teores de aproximadamente 20% (como as uvas, a anona, o figo, o dióspiro e a cereja) deverão ser consumidas com moderação (por exemplo, apenas uma porção por dia).

Além disso, deverá existir um consumo reduzido de fruta seca (como ameixa e figo seco), fruta cristalizada (como cerejas cristalizadas), frutas em calda (como pêra, pêssego e ananás em calda), pois estas têm uma elevada quantidade de açúcar refinado adicionado ao seu teor natural.

Q. 8: Devemos incentivar também o consumo de frutos secos? 

R. 8: O que comummente se denomina por frutos secos pode ser separado em dois grupos: os frutos secos oleaginosos, como as nozes, as amêndoas, as avelãs, os pinhões, os amendoins, entre muitos outros; e os frutos secos, assim denominados pelo processo de secagem e amadurecimento por que passam, como os figos, as tâmaras, as passas (uvas), as ameixas, entre outros, isto é são frutas secas. Assim, apesar de não terem as mesmas propriedades da fruta fresca, o consumo diário de frutos secos oleaginosos, deve ser incentivado uma vez que estes possuem propriedades benéficas, como por exemplo a gordura mono e polinsaturada (com efeitos no desenvolvimento cognitivo das crianças e na prevenção de doenças cardiovasculares e da hipertensão arterial), e a vitamina E e o selénio (que têm uma poderosa função antioxidante), entre outras.

Contudo, esse elevado teor de gordura torna-os alimentos muito calóricos. Os outros frutos secos ou frutas secas diferem das suas versões frescas na sua quantidade de açúcar, que é mais elevada, possuindo assim num menor volume de alimento (pela perda de água), uma quantidade mais elevada de calorias. As propriedades nutricionais que se destacam são a quantidade de fibra e minerais importantes, como o ferro e o cálcio, fundamentais para o nosso organismo.

 Em resumo, os frutos secos (independentemente do tipo) devem ser consumidos, ainda que com moderação devido ao seu alto teor calórico, proveniente tanto da elevada quantidade de gordura (secos oleaginosos), como de açúcar (secos), e por isso recomenda-se apenas um punhado (uma mão cheia) por dia, sendo preferível na maior parte dos dias ingerir oleaginosos em detrimento de secos, por trazerem mais benefícios, como já referido acima.

NOTA: Ter em atenção que os frutos secos só devem ser introduzidos a partir dos dois anos, uma vez que se forem introduzidos antes dessa idade estes alimentos podem aumentar o risco de desenvolvimento de alergias e intolerâncias alimentares. 

Q. 9: Podemos alternar o consumo de fruta fresca com sumos do tipo néctar ao lanche? Serão estes igualmente saudáveis? 

R. 9: Não, pois na sua grande maioria das vezes os néctares não contêm apenas fruta, sendo-lhes também adicionado açúcar, e componentes artificiais, como os conservantes e corantes, além dos vários processos de fabricação que envolvem submeter essas bebidas a elevadas temperaturas para eliminar bactérias, acabando assim por perder muitas das propriedades benéficas que a fruta fresca tem. O mesmo se aplica para os denominados sumos 100%, uma vez que apesar de não conterem outros ingredientes adicionados, a fruta utilizada é obtida a partir de polpas e concentrados do fruto que já foram sujeitos a processos de pasteurização (também denominado por tratamento térmico) e conservação, que também alteram as características nutricionais naturais da fruta.

As alternativas serão os sumos de fruta naturais, especialmente os feitos na hora (um sumo consumido várias horas após ter sido feito, não tem o mesmo teor de vitaminas e minerais que a fruta fresca: a maioria desses componentes assim que entra em contacto com o ar, sofre processos de oxidação, perdendo os seus efeitos); e os sumos obtidos através de fruta batida e estabilizados por hiperpressão a frio. Estes encontram-se à venda nas superfícies comerciais, na zona dos frios e a preços cada vez mais acessíveis porque já existem versões destes sumos com as marcas próprias dos hipermercados.

No entanto, estes sumos devem ser preservados a uma temperatura fresca para manter as propriedades, uma vez que não sofreram nenhum processo de pasteurização, nem possuem conservantes. Atenção! Na grande maioria das vezes estão colocados nas prateleiras ao lado de sumos aparentemente semelhantes, mas que não têm estas características saudáveis e desejáveis. Antes de proceder à compra, deverá consultar o rótulo do produto e assegurar-se de que é exactamente o que procurava.

Q. 10: As crianças devem comer salada de fruta? 

R. 10: É preferível consumir cada porção de fruta diária individualmente e sob a sua forma mais fresca e natural. Para além de que numa taça de salada de fruta podemos estar a incluir uma quantidade maior do que a desejada, se for preparada algum tempo antes de ser consumida, ao ficar exposta ao ar, mesmo que colocada no frio, perderá algumas das suas características nutricionais (a maioria das vitaminas e minerais sofre processos de oxidação assim que entra em contacto com o ar, perdendo as suas propriedades e efeitos). Se forem confecionadas fora de casa (por exemplo, num restaurante), podem ainda conter fruta em calda (com uma elevada quantidade de açúcar adicionado), sumos ou refrigerantes, e açúcar.

Q. 11: Comer fruta em jejum não é aconselhável para uma criança? 

R. 11: A fruta pode ser consumida a qualquer momento do dia. Após as 8 horas de sono, ou seja, em jejum, pode iniciar as refeições por uma porção de fruta. Contudo é importante reforçar que um pequeno-almoço saudável deverá incluir não só a fruta, como outros grupos alimentares que lhe dêem variedade e equilíbrio (por exemplo, um alimento do grupo dos cereais, como um pão integral ou de mistura).

 Q. 12: Se a criança comer apenas fruta, fica sem apetite? No lanche da manhã a criança deve comer só fruta, fruta e pão ou fruta e leite? Qual a opção mais correcta? 

R. 12: A alimentação deve ser vista como um todo. Assim, ao estabelecermos uma determinada refeição, deveremos considerar a distribuição alimentar ao longo do dia: o equilíbrio dos constituintes de cada refeição e o intervalo de 2 a 3 horas entre as mesmas. Deste modo, a constituição de um lanche do meio da manhã considerado saudável dependerá sempre das restantes refeições, especialmente das imediatamente antes e depois, o pequeno-almoço e o almoço.

Se o pequeno-almoço tiver sido completo do ponto de vista nutricional, contendo, por exemplo, uma porção de fruta (como um sumo de maçã), uma porção de cereais (como uma fatia de pão de centeio), e uma porção de lacticínios (como uma fatia de queijo fresco), e/ou o almoço se realizar com um intervalo máximo de 3 horas após o lanche da manhã, este poderá ser apenas constituído por uma peça de fruta. Desse modo, ao chegar a hora do almoço, a criança não só terá de novo apetite, como não ingeriu uma quantidade possivelmente excessiva de calorias.

Por outro lado, se a criança faz um pequeno-almoço menos reforçado, contendo, por exemplo, apenas um dos grupos de alimentos recomendados, como uma porção de lacticínios (como um copo de leite branco simples), e/ou a criança demonstrar ter bastante apetite no período do meio da manhã, e/ou o intervalo de horas entre as refeições for de 3 horas ou mais, fará sentido o lanche ser composto não só pela porção de fruta, mas também por cereais (como uma bolinha de pão de mistura barrada com rodelas de banana e oregãos), ou outro grupo de alimentos.

 Em resumo, a opção mais correcta dependerá de cada criança e dos hábitos alimentares, e deverá ser adaptada a cada situação.

Q. 13: Deve-se comer fruta ao pequeno-almoço, almoço e jantar, ou nas restantes refeições intermédias (lanches da manhã e da tarde), em ambas as situações ou em qualquer altura do dia? 

R. 13: Podemos comer fruta a qualquer altura do dia! Contudo, como poderá consultar na resposta à questão 12, a alimentação de uma criança deve ser vista com um todo, e os constituintes de cada refeição dependem, não só da constituição das restantes refeições, como do intervalo de horas entre as mesmas.

O importante será ter em mente que a criança deverá consumir no mínimo 3 porções de fruta diárias, sejam estas inseridas ao pequeno-almoço e como sobremesas do almoço e jantar, ou como complementos entre as refeições. Por exemplo, se a criança comer fruta ao pequeno-almoço, ao lanche da manhã e da tarde, poderá não comer fruta após o almoço e o jantar, uma vez que a ingestão de fruta já ocorre noutros momentos do dia.

De notar, que se a criança gostar de comer sempre uma sobremesa ao almoço e ao jantar, será sempre preferível comer mais uma porção de fruta do que um doce (como uma gelatina, um arroz doce, ou outras). Será importante reforçar que as crianças também devem ingerir diversos hortícolas e vegetais ao longo do dia, inseridos nas várias refeições.

Para tal, existem várias opções: ao almoço e ao jantar, além da sopa, metade do prato deve ser composto por hortícolos e vegetais, crus ou cozinhados; e aos lanches e complementos, podem ser apresentados de diferentes e divertidas maneiras, como palitos (por exemplo, de aipo e de cenoura) e sumos (de beterraba e de pepino), conjugados ou não com porções de fruta.

Q. 14: Será importante definir quantidades de alimentos para as crianças? 

R. 14: Sim, a quantidade de alimentos que deve ser ingerida diariamente deverá corresponder às necessidades nutricionais (calorias, obtidas a partir dos hidratos de carbono, proteínas e gordura), específicas de cada criança. Estas necessidades vão depender, não só da sua altura, peso e idade da criança, mas também do seu gasto calórico (que inclui o metabolismo – funcionamento do organismo, e o gasto resultante da atividade física). Assim, a quantidade de alimentos que cada criança necessita, incluindo a quantidade de frutas, vai variar consoante cada caso. Para mais informações relativas às porções de fruta adequadas às crianças, consultar a resposta à pergunta 6, bem como o Guia da Missão do Ano.

Q. 15: Como explicar/explorar com as crianças e respectivos Encarregados de Educação (EE) e/ou famílias, que nem todos os produtos que são comercializados e que têm na embalagem o desenho de uma fruta são alimentos saudáveis ou substitutos de fruta, como por exemplo os sumos, os iogurtes de pedaços e as gomas? 

R. 15: Poderá explicar que por vezes, os alimentos com frutas nas embalagens apenas têm aroma de fruta e como tal, não têm conteúdo em fruta, nem tão pouco as suas propriedades nutricionais e respectivos benefícios. As gomas, para além da goma-base, são feitas apenas de açúcar, aromas, corantes e conservantes; são produtos artificiais, com um elevado teor de açúcar e consequentemente muito calóricos. No caso de iogurtes ou outros alimentos com pedaços, essa fruta é seca ou sujeita a processos conservação, recebendo conservantes, e muitas vezes corantes e açúcar; portanto, a fruta também já não possui as suas características naturais.

O mesmo se aplica à maioria dos sumos embalados, que podem ter um pequeno teor de fruta, mas não fornecem os mesmos benefícios nutricionais da fruta fresca – poderá consultar mais informação sobre os mesmos, como quais as alternativas saudáveis na resposta à questão 9.

O mesmo se aplicará a todos os alimentos com pedaços ou aromas de frutas: chocolates, gelados, rebuçados, entre outros; até podem ter na sua constituição um pequeno teor de fruta, mas este não é significativo nem em quantidade, nem em qualidade (por já ter sofrido processamento), prevalecendo as características menos saudáveis dos restantes ingredientes (açúcar, gordura, corantes, conservantes, entre outros). Para sugestões de alternativas à fruta fresca, pode consultar a questão 8.

 Q. 16: Como motivar as famílias e/ou EE a não satisfazer os pedidos de lanches menos saudáveis das crianças, substituindo os mesmos por opções mais equilibradas a saudáveis, e a adoptarem eles próprios essas alternativas? 

R. 16: Poderá explicar que lanches saudáveis não são necessariamente difíceis de preparar, e que podem ser igualmente práticos, atractivos e divertidos para as crianças. Deve ainda indicar que os denominados lanches menos saudáveis são, na grande maioria das vezes, muito calóricos (resultado da sua quantidade elevada de açúcar e/ou gordura), e muito pobres em nutrientes essencais ao crescimento e desenvolvimento das crianças (como as vitaminas e minerais); são assim duplamente prejudiciais.

Pelo contrário, a fruta, tal como os hortícolas e os vegetais, contêm hidratos de carbono, que fornecem a energia fundamental para a criança, fibra, que auxila a digestão e o tracto intestinal, e ainda quantidades elevadas de vitaminas e minerais, muitos deles com propriedades antioxidantes e outras essenciais ao crescimento e desenvolvimento das crianças e ainda na prevenção de doenças. Para mais informação sobre as propriedades da fruta pode consultar as respostas às questões 4 e 5.

Q. 17: Como abordar as famílias e/ou EE que não assumem a obesidade dos seus educandos, nem a sua contribuição nos erros alimentares? 

R. 17: Por vezes, as famílias e/ou EE podem ter alguma relutância em falar deste assunto com os seus filhos e/ou educandos, acabando por não assumir as situações de excesso de peso e obesidade dos mesmos. Sabemos que é um tema sensível para todas as partes envolvidas, e por essa mesma razão, o projeto «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» poderá ser um meio através do qual é transmitida e motivada a prática de escolhas alimentares e de um estilo de vida saudável, de um modo simples e muito positivo.
Deverá procurar apoio junto do gabinete de saúde escolar do estabelecimento de ensino ou do agrupamento, ou mesmo da equipa de cuidados primários de saúde da vossa área de abrangência, com a perspetiva de facultar informação e até mesmo encaminhar todos os casos que identificar, por forma a que possa ser realizado um acompanhamento multidisciplinar adequado.

Q. 18: Como motivar as crianças e as famílias e/ou EE a aderirem a esta iniciativa? Que estratégias adoptar?  

R. 18: Pode explicar de que modo funciona o projeto: é uma iniciativa de intervenção educativa de âmbito nacional, sob a forma de atividades escolares, que valorizam a saúde e promovem um estilo de vida e uma alimentação mais saudável, incentivando especificamente o consumo de fruta ao lanche escolar. Especificamente através do «Vídeo dos Heróis da Fruta», a motivação das crianças é reforçada com uma saudável competição escolar para transmitir aos adultos as mensagens essenciais do projeto! Desta forma, pequenos e graúdos, todos quererão pôr em prática a «Missão do Ano»!